Dentre todas as curiosidades que me circundam querer
entender o que te inibe e breca suas investidas laterais é a mais
enfadonha. Eu sei, tenho todo esse ar de intocável e essa aparente
firmeza, mas na verdade eu tenho excesso de intensidade e tenho medo e
cansaço. Não deixe que minhas defesas te enganem, burle-as. Não é que eu
não te queira perto, em suma quero que você queira permanecer perto.
Sou manca e não me pertencem os primeiros passos. Também sou composta
por inseguranças tão imaturas que me constrangem. Anseio por suas
iniciativas despretensiosas e surpreender-me com pequenos atos. Desejo
esse arriscar e vamos lá dar a cara a tapa. Vejo e compreendo seus
passos miúdos, mas deixa disso e se apressa, porque eu tenho pressa de
tentar. Mas aconteça devagarinho, fique tempo bastante pra se tornar
eterno na lembrança. Vem arriscando o solido e almejando o estável. Vem
sem bagagem, tira das malas os contras e abra espaço pra coragem. Vem,
que o que eu quero é isso, nos colocar na área de risco. Vem e chega bem
perto, sussurra no meu ouvido e me faz desarmar.
Tem uma música que a Rosa Passos canta que fala de querer a intimidade do sussurro. Li e fiquei lembrando disso.
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