quarta-feira, 6 de junho de 2012

Expor-se

Dentre todas as curiosidades que me circundam querer entender o que te inibe e breca suas investidas laterais é a mais enfadonha. Eu sei, tenho todo esse ar de intocável e essa aparente firmeza, mas na verdade eu tenho excesso de intensidade e tenho medo e cansaço. Não deixe que minhas defesas te enganem, burle-as. Não é que eu não te queira perto, em suma quero que você queira permanecer perto. Sou manca e não me pertencem os primeiros passos. Também sou composta por inseguranças tão imaturas que me constrangem. Anseio por suas iniciativas despretensiosas e surpreender-me com pequenos atos. Desejo esse arriscar e vamos lá dar a cara a tapa. Vejo e compreendo seus passos miúdos, mas deixa disso e se apressa, porque eu tenho pressa de tentar. Mas aconteça devagarinho, fique tempo bastante pra se tornar eterno na lembrança. Vem arriscando o solido e almejando o estável. Vem sem bagagem, tira das malas os contras e abra espaço pra coragem. Vem, que o que eu quero é isso, nos colocar na área de risco. Vem e chega bem perto, sussurra no meu ouvido e me faz desarmar.

Um comentário:

  1. Tem uma música que a Rosa Passos canta que fala de querer a intimidade do sussurro. Li e fiquei lembrando disso.

    ResponderExcluir