Assim que pus os olhos em você,
soube que te queria de forma permanente na minha vida. Sempre tive em mente que
não seriamos amantes por muito tempo e que a amizade é que se perpetuaria. Mas quis
em excesso os seus beijos, os seus carinhos mais íntimos e sua dedicação. Para
te ver entregue percorri um caminho muito longo, e de tão longo perdi o foco e
achei um sentimentalismo desnecessário. Sim, fantasiei demais. Inventei que
tinha uma importância para você que não tenho, não vejo isso nos seus gestos. Já
não tenho mais a pretensão de insistir e de persistir nessa historia. Isso me
assusta, toda essa intensidade que não deveria estar aqui, essa inconstância,
essa falta de liberdade de dizer o que se sente e o que se faz sentir.
Absolvo-te de qualquer culpa. Mas te abandono em mim porque não sei viver em dissonância.
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013
Conto de Falhas
Você sempre foi de promessas e “eu te
amo” e eu sempre preferi te cuidar com carinho a jogar palavras ao vento.
Embora seus olhos transbordassem sinceridade, eu preferi manter toda essa
intensidade e eternidade longe da nossa relação. Guardamo-nos com muito zelo e
toda essa dedicação imoderada garantiu a perenidade da nossa historia. Historia
pela qual temos muito ciúmes e devoção.
Por mais que eu compreendesse seus
casos na nova cidade e até debochasse de uma iludida qualquer que te dedicava
poemas e canções, me doeu imaginar seu corpo que era tão meu suando com outra.
Compreensão que você nunca estendeu para mim, sempre acusando que a cada nova
paixão que me aquecia, eu esquecia um pouco da nossa historia. Não há meios de
te explicar que você vive em mim, que ainda pulsa.
Eu também tenho medo de nos perdemos
de vez com essa distancia, mas não há mais como me privar e viver de esperanças
que nossas vidas se encaixem. Quase me esqueci dos nossos quatros anos e “o
esforço pra lembrar é a vontade de esquecer”. E como em toda historia, nós
precisamos de um final. Não sejamos injustos, nós merecemos mais do que a
penitencia de insistir em um castelo de cartas. Para nós, o final feliz será
nos libertarmos.
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013
Microscópio Binocular
É porque quando me olhas há uma
intensidade tão grande no seu olhar que chega a me assustar, como se pudesse
ver Minh’ alma, minha nudez fraca e miúda. Evito ao máximo os seus olhos, mas
num descuido qualquer, estou lá presa em tamanha densidade. A paralisia dura
uma eternidade de segundos até que o mundo me chama de volta. Ainda bem que existem outras coisas, outras
distrações e outras pessoas. Parece que você quer me descamar e não estou preparada
para esse tipo de invasão. Um invasor que não quer só te conhecer, mas também
quer te consumir, te modificar e causar desordem. Levei tempo demais para me
proteger de vulnerabilidades para abrir as portas facilmente para você, sabendo
que faz isso por pura excitação e só. O tesão passa e sou eu que vou ficar
exposta as margens do seu desejo. E mesmo com tudo isso, o seu olhar não me
causa só essa necessidade de me afastar e me resguardar, mas também me desperta
essa vontade de me jogar em você e me perder. Porque há um mundo de coisas em
você que me cativam e me perder talvez seja me encontrar em outra dimensão.
Assinar:
Postagens (Atom)