quarta-feira, 11 de abril de 2012

Desandar

Você recuou sem ao menos saber que meus passos milimétricos eram extensos comparados a outrem. Afastou-se antes de entender o quanto querer dedilhar sua rotina me fez passar de limites previamente impostos por mim. Talvez não saiba, mas naquela noite passei meu melhor batom para vê-lo manchado em sua boca. Não quero agora desraigar tudo que alimentei de modo tão doce e sereno. Não por vaidade nem teimosia, é querer, mas você não compreende por indisposição.  Por ser mais fácil para você me repelir do que me puxar. A insegurança sempre me breca e a falta de nitidez me amedrontou.  O ciúme chegou arrebatando toda predisposição que tinha de burlar meus receios para me manter ali, na tentativa. Mas confesso que te busquei nas esquinas previsíveis e em muitos bares da vida boêmia. Tantas pessoas eu sondei pra saber de ti. E o tanto que te procurei? Mas só te encontro dentro de mim.

5 comentários:

  1. Acho que você escreve minha vida. Amo seus textos, e principalmente, amo você!

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  2. "Todo dia de manhã enquanto eu tomo o meu café amar-go. É. Ainda boto fé de um dia te ter ao meu laaa-do."

    Texto bonito, e eu lembrei de Marisa quando eu ainda gostava dela. E encontrar, seja onde for, já é encontro. Às vezes, nem isso. Outras, isso e tanto mais. De amanhã, quem sabe?

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  3. Concordo com o Thiago, tenho a impressão que vc escreve minha vida e pra mim. Sabe sempre o que se passa aqui.
    Amei, cunhada!
    Eu sempre entre aqui, mas nem sempre dá pra comentar.
    Amo seus textos.

    Bjos ;)

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  4. "por ser mais fácil para você me repelir do que me puxar"
    me identifiquei muito com este trecho, o medo e a insegurança insistem em induzir as pessoas ao caminho mais complicado.
    Amei o texto!

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