Calei meus pensamentos, eu não queria me precipitar
com fantasias estapafúrdias e destemperar os próximos passos. Quero
assim, um viver tocável, cheios de dedos meus entre os seus. E é
incrível notar como as coisas foram mudando e as palavras pesando mais.
Frases forjadas. Armadilhas de bom grado. Bonito é te ver se permitindo e
abrindo a porta devagarinho. Mas eu sei, sei que não virá inteiro, que
tem peças que lhe faltam e o incompleto lhe dói. E não quero apagar nada
e muito menos escrever em cima de borrões. Quero uma pagina branca,
limpa e lisa e então escrever carinhos, estampar sorrisos, noites de
chuva e manhãs de sol. Vivências novas até que tais peças já não lhe
caibam mais. Mesmo assim eu compreendo seus meios passos e seu olhar
sarcástico. Vejo de perto toda sua calma e um semblante indiferente as
minhas falhas tão bruscas. Mas lá no âmago da minha vontade silenciada
eu almejo te tirar desse conforto desleal. Confesso-te que desconheço o
certo, que sou crua e tenho esse medo arraigado de perder o equilibro.
Mas vem cá, me dê à mão e vamos juntar seu meio passo com o meu meio,
daí já é um passo dado pro começo.
E páginas em branco são cada dia mais raras, as pessoas andam esquecidas de que vida não é rascunho.
ResponderExcluirQue bonito! É bem nítida a intimidade que vc tem com as palavras bonitas da língua portuguesa e que bom saber que existe gente jovem que as usa :D
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