Quis me atirar em você com o
restinho de fé que ainda existia em mim. Desejei te dar carta branca para me
virar do avesso, remexer as gavetas, investigar como foram feitas minhas
barreiras. Pensei em te ligar e dizer que precisava estar perto, contar dos meus
anos de formação e pelo muito que passei. Desabafar, sei lá, não é algo que eu
faça com muita destreza. Veja bem, não estou tentando me justificar, não são
explicações baratas do meu jeito torto de conduzir as coisas. É que há algo em
você que me desperta essa vontade, uma sensação de que no fim vou ter calma, leveza,
alguma luz, coisas assim... Não sei por que me sinto assim. Luto todos os dias
contra essa vontade de dobrar sua esquina e interromper sua vida por minutos, para
que eu seja o centro do seu mundo por um momento e você me enxergue e me sinta.
Egoísta? Talvez. Mas não estou aqui para
me julgar e espero que você também não esteja. Eu precisava de você e precisar
de alguém é algo que me desconcerta. Percebi que tudo que queria era me abrir para
te deixar entrar e estando dentro você seria meu de alguma forma e eu seria sua
de alguma outra. Seriamos algo, rotulável ou não. Algo só nosso, sem muita
explicação.
A despretensão, salvação de muita coisa.
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