Rezei para que sua nova história lhe
fizesse feliz. Desejei que houvesse perenidade e que soubesse conduzir com
destreza os vieses dessa nova relação. Ofereci-lhe meus conselhos mais
sinceros, para que pudesse enxergar as coisas por um olhar feminino. Mas lhe
juro que me dói imaginar que a cada dia com ela esqueces um tanto do que
vivemos juntos. Não que eu ainda lhe quisesse e não quero. Mas também não posso
suportar que te esqueças de mim, dos meus trejeitos e nem mesmo de como
compliquei nossa jornada juntos. Por mais que eu queira estar viva na sua
memoria, não deixes que eu seja uma sombra e nuble o seu olhar. Talvez seja
preciso virar as costas para mim e para todo esse sentimento que me reservas
com carinho e dedicação. Não se preocupe comigo, seu sorriso paga qualquer
abandono. Vá e viva todo esse amor que ela esta lhe oferecendo. E se não
vingar, eu te abrigo de uma tempestade qualquer. Aqui terá sempre um canto, um
manto, um altar.
quarta-feira, 30 de janeiro de 2013
quarta-feira, 23 de janeiro de 2013
Carta
Nunca soube te recusar. Nunca soube dizer não para suas insistências.
Quis-te desde o primeiro “bom dia”. [...] Você foi meu abrigo nessa cidade de
tantas esquinas bandidas. Com toda a paciência do mundo me mostrava a mim, por
vezes resgatava pedacinhos de mim que estavam naufragando. Recordo-me de você
como se as lembranças tivessem anos de distancia, mas ontem mesmo você estava
revirando a minha dispensa atrás de tempero para nosso costumeiro jantar de
terça feira. [...] Lembro-me de você tentando me convencer a desabafar, dizendo
que tudo que eu não conseguisse dizer era para eu te escrever. Mas você não
caberia em qualquer um dos meus clichês [...]
Eu estou voltando para minha cidade, não sem dor. Desculpa não ter te contado
antes. Desculpa por não ter preparado seu coração. Não quis te contar para você
não fazer desses últimos dois meses o nosso nunca mais. Nunca é tempo demais.
Além do mais, eu não saberia ir embora de vez. Não posso dizer adeus, não para você.
Ps.: Ainda nem fui embora, mas já
lhe dedico minhas mais chorosas saudades.
Lhe guardo com muito carinho,
Ana.
quarta-feira, 16 de janeiro de 2013
Casulo
Quis me atirar em você com o
restinho de fé que ainda existia em mim. Desejei te dar carta branca para me
virar do avesso, remexer as gavetas, investigar como foram feitas minhas
barreiras. Pensei em te ligar e dizer que precisava estar perto, contar dos meus
anos de formação e pelo muito que passei. Desabafar, sei lá, não é algo que eu
faça com muita destreza. Veja bem, não estou tentando me justificar, não são
explicações baratas do meu jeito torto de conduzir as coisas. É que há algo em
você que me desperta essa vontade, uma sensação de que no fim vou ter calma, leveza,
alguma luz, coisas assim... Não sei por que me sinto assim. Luto todos os dias
contra essa vontade de dobrar sua esquina e interromper sua vida por minutos, para
que eu seja o centro do seu mundo por um momento e você me enxergue e me sinta.
Egoísta? Talvez. Mas não estou aqui para
me julgar e espero que você também não esteja. Eu precisava de você e precisar
de alguém é algo que me desconcerta. Percebi que tudo que queria era me abrir para
te deixar entrar e estando dentro você seria meu de alguma forma e eu seria sua
de alguma outra. Seriamos algo, rotulável ou não. Algo só nosso, sem muita
explicação.
quarta-feira, 9 de janeiro de 2013
Desejo de Amar
Eu amei uma vez. Na verdade, amei
o modo como me amaram. Amava o fato de ser prioridade. Nunca tinha sido
prioridade para ninguém. Sempre me senti em segundo plano em tudo e com todos.
Aquele amor foi algo que me salvou e é diferente do amor que desejo agora. Não
preciso de alguém para curar minhas dores, lido bem com elas. Para ser sincera,
preciso de alguém em quem confiar para que possa estar nua, de corpo e de alma.
Quero estar entregue sem que me sinta chula. Amar aquilo que ele é sozinho e o
que me faz sentir quando estamos em par. Sem qualquer pressão para que seja
eterno, mas que seja intenso de bambear as pernas e arder à pele. Desejo um
homem inteiro, cheio de defeitos, historias antigas e desafios a encarar. Dividir
a vida, a cama e o olhar. Colidir mundos, descobrir o novo e me apaixonar de
novo pelo mesmo. Não um romance de livro, um romance vivo que me faça
despertar.
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