quarta-feira, 28 de março de 2012

Entendimento

Com o tempo endureci, não só pelos maus tratos da vida, mas também por conta própria. Nunca soube lidar com meus sentimentos com muita destreza. Não por não saber ser afetiva ou não gostar de carinhos, só não sei manuseá-los. Mas tenho tentado administrar toda essa parte de mim que não se descola do medo. Principalmente por andar sufocada por tudo que aprisiono, não as mágoas, mas as carícias. Todos os toques que repito incansavelmente na mente para que se tornem sutis e não aparentem fogosidade repentina. Nada disso quer dizer que seja impenetrável, na verdade, trago tudo para o coração numa facilidade divina, e isso me faz ponderar as minhas demonstrações de querer. Talvez minhas palavras soem como um desabafo antigo agarrado na garganta, mas não é, é algo novo comichando que me deu vontade mudar, polir minha brutalidade e domar meus receios. Quero dizer que preciso estar apta a tentar mesmo com todos os arranhões que possam causar. Com isso, vou catando as partes, lendo os sinais, decifrando cada sorriso, cada ciúme incumbido ou cada motivo escondido, para entender o quanto de mim já faz morada e poder te avançar com segurança. O que vejo em ti nem falo, nem ouso, mas quero. Acho que te gosto, mas não sei te ter.

6 comentários:

  1. Me encontrei nesse texto amiga :D parabens de novo!!!

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  2. Olha o caminho certo aí. Bonito desabafo, parabéns!

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  3. huuuuuuuum to entendendo hahaha, gostei muito carolzita !

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  4. Não falar, não tentar e querer: isso tudo é cruz e a gente carrega só se quiser. Só se deixarmos os medos serem maiores que nós. Lindo texto! Beijo!

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  5. Mais um texto lindo de se ler. Amei chará!

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  6. Que bom que gostou. E este texto me lembrou muuuito o que você comentou. Também me reconheci em suas palavras.
    Parabéns pelo texto. Grande Beijo!

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