quarta-feira, 21 de março de 2012

Alojar-me

De repente as palavras me faltaram, se rebelaram contra o meu domínio e o silencio imperou. Mas o silencio não me é constrangedor, é um delator das minhas vontades mais intimas. O silencio me vem pra lembrar que eu ainda tenho o toque, que meus olhos são refletores e que nem sempre as palavras bastam. Você me calou. E eu te queria aqui, ao alcance dos meus abraços, pra te sufocar num aperto e pra que meu corpo escreva a música que eu não soube compor. Ainda sim, tenho esse medo crônico de atrapalhar a fluidez, apressar as coisas ou impor um ritmo desleal as nossas naturalidades. Mas só quero que saibas que eu não sou tão espaçosa, entendo suas individualidades e respeito seus princípios. Só quero um espaço em você pra me aconchegar. Com um clima leve e envolvente, aquele misto de romantismo e companheirismo. Já não me importo com o modo que vens ou o quão efêmeros podemos ser, só quero que chegues. Que me venhas em doses fartas, mas que não me satisfaça. Que me faça te querer ainda mais!

3 comentários:

  1. ARRAZOU amiga pra mim é uns dos top 3 dos preferidos aaauahsus parabens!!

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  2. E querer assim é o maior dos rebuliços dos órgãos. Bonito texto, fluido como o desejado.

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