Queria que desaprendêssemos de um
tanto de malicias. Merecíamos certa inocência juvenil, para que fossemos
ingênuos em tentar nos negar e eufóricos na entrega. Mas não há como negar o
saber quando se aprende com a dor. Escondo os meus receios da maneira que
posso, descubro os seus num descuido ótico. E sorrio para cada defeito seu que
chegam as margens, rezando para que percebas que essa perfeição fingida é o que
me inibe e me limita. Sinto uma vontade louca de te beijar sempre que vejo seus
deslizes escorrendo pelos lábios, para que sinta no meu salivar a excitação
pelo que é livre. Já nem sei mais se nos cabe tentar, mas carrego no peito a
grandeza do nosso convívio. Mantenho
saudável a nossa perenidade, para te pintar na memoria a luz de outra estação,
nos sabores de outras cidades e na descoberta de uma nova canção.
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