Era difícil entender todas as
belezas que você enxergava em mim, não era compreensível, me conheço muito bem
para me enganar com afirmativas vãs. Talvez fosse galanteio barato, seu jeito
fácil de me fazer abrir as portas, as pernas, o coração. Comovia-me seu jeito hábil de trazer aos meus
dias sorrisos fáceis, se dedicando para que me sentisse acarinhada. Mas foi
justamente um “eu te amo” que não consegui ouvir naquele momento. Não era justo
comigo você me amar tão fácil e em tão pouco tempo. Eu queria abraçar sua dor e
te fazer entender, mas você me afastou. E quase não pude suportar você me
negando qualquer chance de explicação. Te ver despedaçando me partiu em duas e
minhas palavras se confundiam com soluços. Procurei no seu olhar algo que
sinalizasse que eu poderia avançar sem um confronto doloroso, mas só encontrei uma
raiva gélida. Desde então, me dói todos os dias saber que sou dona de uma mágoa
que te habita.
Que belo texto, quanto sentimento e realismo diante de um amor negado, inclusive, que nos leva a sentir a sensação do que é ter um amor rejeitado. E pesa, talvez chegando a doer em ambos, quando perdemos algo que era tão bom e somente "nosso".
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