Norte, leste ou oeste, era
inverno, e eu não me recordo de qual direção veio tal ventania que me estremeceu.
Mal me dei conta do que me afetara, o frio era de medo, mas o amor era quente
como leite que tomamos com mel para espantar o resfriado. Vivi desse ar por
anos, mas não vivi só disso, porém fui feliz em partes e como o todo. Até que
não era mais. Descrente do destino, me apeguei a propósitos. Como se houvesse
motivos divinos pra chegada e saída. Como se me cortejasse presentes e depois
me privasse, testando-me sobre a dor. Nunca
fomos somas, éramos junção de correntes e num repente se dirigem pra polos opostos.
Detalhes tão vivos impregnados em minha mente por vezes me traem e me
desconcertam. Sorrio terna pelo usufruto
dessa vivência. E é seca a minha lagrima
de não arrepender-me de abandonar meu eu pra viver pro seu. Mas desde então, eu
não soube mais o que é amar...
"O preço que se paga às vezes é alto demais, é alta madrugada já é tarde demais pra pedir perdão..."
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