quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Desafinação



Assim que pus os olhos em você, soube que te queria de forma permanente na minha vida. Sempre tive em mente que não seriamos amantes por muito tempo e que a amizade é que se perpetuaria. Mas quis em excesso os seus beijos, os seus carinhos mais íntimos e sua dedicação. Para te ver entregue percorri um caminho muito longo, e de tão longo perdi o foco e achei um sentimentalismo desnecessário. Sim, fantasiei demais. Inventei que tinha uma importância para você que não tenho, não vejo isso nos seus gestos. Já não tenho mais a pretensão de insistir e de persistir nessa historia. Isso me assusta, toda essa intensidade que não deveria estar aqui, essa inconstância, essa falta de liberdade de dizer o que se sente e o que se faz sentir. Absolvo-te de qualquer culpa. Mas te abandono em mim porque não sei viver em dissonância.

Um comentário:

  1. Gostei demais! Arriscaria a falar que descreveu bem coisas que vivi nos últimos tempos, em um passado próximo. Muito bom, em especial essa linha final: Absolvo-te de qualquer culpa. Mas te abandono em mim porque não sei viver em dissonância.

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