quarta-feira, 8 de agosto de 2012

O Fim das Reticências

Eram meus olhos que me entregavam ao falar de você, por mais serena que eu tentasse parecer, eles insistiam em brilhar e me constranger. Meus lábios tremiam e reprimiam as lagrimas que por tantas vezes desejaram ser rios. Meu corpo todo se alarmava ao ouvir seu nome. Era uma predominância do amor dominado pela dor. E quanta dor, era o que sobrou, viver o luto do fim. Mas o que me corroía eram as esperanças vans, a ficção de um retorno histórico e a certeza do quanto o sentimento era recíproco.  Hoje somos o avesso do que fomos e não somos o que mais queríamos ser. Quantas vidas não dariam suas vidas pelo amor? Eu não! Eu me escolhi e fui feliz. Amor não é abandonar-se. Amor não pode ser sinônimo de dor, de penar. Amor tem que ser leve pra flutuar, pra fluir e encorajar. Amor divide pra somar! Uma década, foi o tempo que levei pra te viver, te consumir em mim até acabar. Despeço-me sorrindo, um súbito alivio de quem viveu de amor e amou por inteiro. Peço-lhe perdão em pensamento por abandonar todas nossas promessas de amor eterno.  Desculpa por não cumprir o que prometi, mas te amar pela vida toda e te esperar sorrir novamente seriam enganos dolorosos demais. E por fim o que te desejo é o não me amar, é me deixar ser livre e se libertar de todo nosso romance tristemente épico. Mas esquecer-te é humanamente impossível, os traços do que vivemos é muito do que me moldou. Hoje foi mais um dia que acordei não querendo você e isso soa tão permanente. Sinto-me liberta, renovada e ansiando pelo novo. Deus me livre de amar só uma vez!

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