Era
tudo azul naquela manhã, o céu sem nuvens, o mar de poucas ondas e seus olhos
que ficaram ainda mais translúcidos com a clareza do dia e me impediram de qualquer
investida ríspida. Foi então que desejei esquecer algumas verdades para te
tentar com mais leveza. A brisa deixava
no meu rosto um rubor menor do que seus elogios imoderados ou as piadas
maliciosas. Por instantes as minhas recusas a suas investidas pareciam não
fazer sentido - você estava ali - liberto de medos e receios, todo cheio de atitude
e um querer sem delongas. Mas meu pensamento me traiu e eu vaguei em
imaginações, transferi suas atitudes tão claras e certas para outro alguém, e
me encontrei sendo feliz em outro contexto. Não é justo, eu sei. Se fossem por
ordens minhas meus quereres seriam seus. E então, eu te nego mais uma vez, não
por maldade, não sem dor. Fujo, porque não sei ser sua morada.
E fugir também é entrega, de outro tipo, em outras dimensões. Renúncias.
ResponderExcluirNossa, eu fico com um pouco de vergonha de comentar sobre textos interessantes como esse, porque sinto que serei uma boba. Mas adorei a situação proposta, e a escolha de quem foge revela muito caráter.
ResponderExcluirVocê escreve muito bem :)